Postado em 29/06/2022
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Quantos eletrônicos que fazem parte do seu dia a dia dependem de pilhas para funcionar? É o carrinho de brinquedo, o rádio portátil, o controle remoto, a lanterna, entre outros. Contudo, essa fonte de energia está disponível em formatos variados, adaptando-se às necessidades de cada produto. Para não fazer confusão na hora da compra, te convidamos a continuar aqui com a gente e desvendar os diferentes tipos de pilhas.
Em primeiro lugar, vamos entender o conceito do dispositivo e a sua origem. A primeira pilha surgiu no final do século XVIII quando o italiano Alessandro Volta desenvolveu um sistema composto por discos de cobre e zinco separados por chumaços de algodão umedecidos com uma solução formada por sal (cloreto de sódio) e água, gerando corrente elétrica.
Como as pastilhas de metal eram dispostas uma sobre a outra, isto é, empilhadas, Volta chamou o agrupamento de pilha. Mais tarde, o invento seria aperfeiçoado pelo britânico John Frederic Daniel que ao invés de usar vários discos, os substituiria por eletrodos de zinco e cobre submersos individualmente em uma solução salina de sulfato de zinco e sulfato de cobre, respectivamente.
As duas soluções eram conectadas por uma ponte salina, um tubo em U com as extremidades porosas, e um fio condutor. Com o funcionamento da pilha, era possível observar a oxidação do zinco e o aumento da massa da placa de cobre. Isso quer dizer que o primeiro metal, por ser mais reativo, transferiu seus elétrons, tornando-se o pólo negativo (ânodo).
Por outro lado, o cobre recebeu os elétrons, ganhando o posto de pólo positivo (cátodo). Por meio desse sistema, Daniel conseguiu manter o fluxo de energia constante por um período considerável. Nascia, então, a Pilha de Daniell que foi aprimorada com o tempo, eliminando a necessidade da presença da solução aquosa com sal e ganhando o formato atual.
Sendo assim, concluímos que pilhas são dispositivos que fornecem corrente elétrica para os aparelhos eletrônicos a partir de reações de oxidação (perda de elétrons) e redução (aquisição de elétrons) dos elementos metálicos que compõem a sua estrutura.
Hoje em dia, apesar das alcalinas serem as mais famosas, há ainda outros tipos de pilhas disponíveis no mercado. Vamos conhecê-los?
A pilha comum, igualmente conhecida como pilha ácida ou pilha seca de Leclanché, em homenagem ao seu inventor, o químico francês George Leclanché, foi a primeira a ser produzida sem a presença de soluções aquosas.
É formada por um envoltório de zinco (ânodo) separado dos elementos a seguir por um papel poroso: uma barra central de grafite revestida com dióxido de manganês, carvão em pó e uma pasta com cloreto de amônio, cloreto de zinco e água (cátodo).
Esse modelo tem a capacidade de produzir voltagem de cerca de 1,5 V, no entanto, quando acontece da amônia se instalar na barra de grafite, cria-se uma barreira que dificulta a passagem dos elétrons, reduzindo um pouco a voltagem.
Alguns fabricantes acrescentam metais pesados como chumbo, mercúrio e cádmio à sua composição. Desse modo, o descarte desse tipo de pilha não deve ser feito em lixo doméstico. Em contato com o meio ambiente, há o risco de contaminação do solo e danos à saúde humana.
É um tipo de pilha muito utilizado em brinquedos, relógios de parede, rádio portátil, controle remoto, lanternas e demais eletrônicos que necessitam de descargas leves e contínuas. Como o envoltório de zinco pode sofrer corrosão, recomenda-se remover a pilha dos aparelhos quando não há uso por muito tempo. Assim, evita-se que o material corrosivo os danifique.
Entre os tipos de pilhas, temos as alcalinas. Elas funcionam da mesma forma que as comuns, todavia, pode-se dizer que é uma versão aprimorada já que há uma diferença em sua fórmula: ao invés de cloreto de amônio e cloreto de zinco, tem-se o hidróxido de sódio.
Essa substituição soma algumas vantagens: a pilha fornece corrente elétrica mais eficiente (cerca de 50 a 100% a mais de energia do que a comum), não há o risco de queda inesperada de voltagem e sua vida útil é maior. Indica-se para brinquedos, câmeras digitais, rádios, lanternas, controles de games, entre outros.
Apesar de não conter mercúrio, chumbo e cádmio e as chances de vazamento serem menores, não deixa de ser um agente poluente. Por isso, o descarte não deve ser em lixo comum e sim destinado ao fabricante por meio de lojas que comercializam o produto ou assistências técnicas autorizadas.
Trata-se de um modelo de pilha que pesa apenas 25 gramas e tem densidade de carga de 0,8 Wh/cm³. Projetada para uso, principalmente, em marcapassos cardíacos, é composta por uma placa de lítio (ânodo), um metal tão leve que chega a flutuar na água, e um complexo de iodo (cátodo). Apresenta durabilidade de 8 a 10 anos e é hermeticamente fechada; dessa maneira, não libera gases, o que seria prejudicial ao paciente.
Entretanto, encontra-se em diferentes formatos e tamanhos, atendendo também outros tipos de dispositivos como chaveiro, câmera digital, calculadora, controle remoto, chave de carro, balança, calculadora, sensores, termômetro digital e medidores de glicemia. O modelo moeda com 3 volts é o mais popular; suporta com tranquilidade alta demanda de corrente de curta duração, mantendo a tensão constante.
A pilha moeda de lítio Duracell é produzida com metal de elevada pureza. Está disponível em blisters com uma ou mais unidades. Aliás, as embalagens são reforçadas (abrem apenas com tesoura) e o produto contém uma camada de Bitrex, substância atóxica considerada a mais amarga do mundo, aplicada em forma de anel na parte posterior da pilha para evitar que qualquer criança, ao colocar na boca, engula. Trata-se de uma tecnologia de segurança que só a Duracell tem.
Outro modelo que se destaca entre os tipos de pilhas é o de mercúrio e zinco. Nesse caso, o ânodo é uma placa de zinco enquanto o cátodo é uma pasta de óxido de mercúrio e contém ainda o hidróxido de potássio como solução eletrolítica; por isso, considera-se uma pilha alcalina.
Normalmente, encontra-se na forma de um disco de dimensões tão pequenas que se compara a uma moeda de dez centavos; isso ocorre porque há redução de ambos metais a pó. Gera voltagem de, aproximadamente, 1,35 volts e é fonte de energia estável para aparelhos igualmente pequenos como relógios, calculadoras, chaves, máquinas fotográficas, agendas eletrônicas e aparelhos de audição. Assim como a pilha de lítio possui alta durabilidade.
Até aqui, mencionamos tipos de pilhas descartáveis; todavia, há modelos especiais que são recarregáveis, isto é, apresentam composição que permite o restabelecimento da carga com o auxílio de um aparelho específico, o carregador. É uma opção mais econômica para quem possui aparelhos que consomem muita energia e ainda contribui para a preservação do ecossistema.
Como já sabemos, as pilhas contém elementos químicos tóxicos que, em caso de vazamento, causam danos ao meio ambiente e ao ser humano. Sendo assim, um consumo menor reduz os riscos. Não se deve esquecer, porém, que independente do modelo, deve-se descartá-lo em locais adequados. É importante essa ressalva, pois, apesar de ter vida longa, a pilha recarregável também sofre desgaste; isso quer dizer que não dura infinitamente.
O NiCd é o modelo recarregável mais antigo; sua sigla refere-se aos seus componentes, níquel e cádmio. É uma pilha em desuso, pois tem baixa capacidade de carga, menor tempo de vida útil e é altamente poluente. Além disso, pode apresentar o chamado “efeito memória”. O que isso significa?
Com o tempo, há formação de pequenos blocos de cádmio que, durante o carregamento, indicam o preenchimento de parte da sua capacidade, mas não é verdade. Para que isso não aconteça, a dica é só recarregar a pilha quando estiver com a energia muito fraca ao ponto de não ser possível ligar o aparelho.
Em contrapartida, temos a NiMH, Níquel Metal Hidreto, que é a pilha recarregável mais usada atualmente. A explicação para isso é simples: possui maior capacidade, é menos tóxica, já que não contém cádmio, não desenvolve o “efeito memória” e suporta muitas recargas, sendo, portanto, mais durável.
As pilhas recarregáveis Philips, por exemplo, duram até 3 vezes mais do que as alcalinas e estão disponíveis em diferentes formatos e capacidade, a qual é medida em miliampère por hora (mAh). Podem ser recarregadas até 1.000 vezes e possuem baixo nível de descarga automática, mantendo 75% da sua energia mesmo após 12 meses de armazenamento.
Como se pode imaginar, o reabastecimento das pilhas recarregáveis depende de um aparelho específico, o carregador. De maneira muito prática, ele é o responsável por manter os dispositivos sempre prontos para uso. Basta conectá-lo a uma porta USB por meio de um cabo ou direto na tomada, conforme o modelo.
Há kits como o carregador para pilha recarregável com 4 pilhas Toshiba que é completo. É portátil, comporta até dois dispositivos AA ou AAA simultaneamente e conta com luz de LED que indica o progresso do carregamento. Acompanha cabo USB que deve ser conectado à porta correspondente do computador ou outro aparelho para começar a funcionar.
Já o carregador para pilha recarregável Multilaser abastece até 4 pilhas AA ou AAA ao mesmo tempo; é só inseri-lo na tomada. O tempo aproximado de recarga é de 10 horas para dispositivos AA de 2.500 mAh e 4 horas e meia para AAA de 1.000 mAh. O combo inclui 8 pilhas, sendo 4 AA e 4 AAA; é perfeito para quem precisa de muita energia para os seus equipamentos.
Uma rápida passada pelo expositor de pilhas e já é possível perceber que os tipos de pilhas possuem dimensões variadas: umas são mais finas enquanto outras grossas. Identifica-se o tamanho da pilha por meio de letras; então, temos: AA ou 2A, AAA ou 3A, C e D. O que quer dizer cada uma, veremos a seguir.
Ambos modelos possuem 1,5 volts, mas a pilha AAA é mais fina, tanto que é conhecida popularmente como pilha palito. Destina-se para equipamentos menores que não requerem muita energia. Por outro lado, a AA tem espessura um pouco maior e utiliza-se em brinquedos, lanternas e alguns modelos de controle remoto.
Isso mostra que quanto maior o eletrônico, maior terá que ser a pilha para dar conta do recado. A título de exemplo, temos as pilhas alcalinas Duracell AA e AAA que estão disponíveis em embalagens com 4, 8 e 16 dispositivos de potência prolongada e design aperfeiçoado que oferecem alto desempenho e duram 10 vezes mais.
Agora, temos um modelo de tamanho médio, isto é, mais grosso do que as anteriores. A pilha tipo C surgiu no ano de 1920 e possui o padrão de 50 mm de comprimento e 26,2 mm de diâmetro. A voltagem é de 1,5 volts e apresenta capacidade de armazenamento de até 8.000 mAh.
A pilha alcalina Duracell média C fornece corrente elétrica de confiança para brinquedos, consoles de jogos, fechaduras eletrônicas e muito mais. Conta ainda com a tecnologia Duracell que preserva a energia dos dispositivos parados por até 10 anos, ou seja, você pode abastecer o estoque sem se preocupar em perder o produto por falta de uso.
As pilhas tipo D são ainda maiores em diâmetro do que a C; por isso são chamadas também de bujão. Possuem excelente durabilidade e indica-se para eletrônicos que necessitam de carga maior como lanternas profissionais, aquecedores, brinquedos grandes, etc. Como exemplo, temos a pilha alcalina Duracell grande D que oferece energia de longa duração.
É muito fácil! O tamanho da pilha, não tem como errar, pois o próprio fabricante informa na embalagem do produto. O que você terá que decidir é se prefere um modelo comum, alcalina ou recarregável.
A dica é: opte pela primeira para equipamentos que gastam pouca energia; a segunda para aqueles que necessitam de maior carga e, a terceira, para eletrônicos usados com muita frequência. Não sabe onde comprar? No site Kalunga, você encontra todos os modelos e ainda desfruta de boas ofertas. Corre lá e aproveite!
Tão importante quanto conhecer os tipos de pilhas é saber como descartá-las corretamente. Ao longo do post, ressaltamos o quanto esses dispositivos podem impactar negativamente o meio ambiente. Isso porque são formados por metais pesados que são altamente tóxicos.
Dessa forma, na hora de jogar as pilhas fora, o melhor caminho é procurar estabelecimentos que recolham o material e destinem para empresas específicas de reciclagem. A Kalunga, por exemplo, é uma grande parceira da Green Eletron, empresa fundada em 2016 pela Abinee, responsável pela coleta e tratamento adequado de pilhas, baterias e eletrônicos.
Todas as unidades da rede são ponto de coleta de pilhas e o programa está em processo de expansão para que um número cada vez maior de lojas recebam também os eletroeletrônicos. Nos últimos dois anos, foram coletados, no total, cerca de 17 toneladas de materiais.
Para saber qual o ponto de descarte mais próximo de você, acesse o site Green Eletron e insira o seu endereço. Depois disso, é só se dirigir ao local e deixar na caixinha própria para esse fim! E não se esqueça de espalhar a informação; quanto mais pessoas conscientes, melhor para o nosso planeta!